13 de dez. de 2011

Recalls que não queremos ouvir # 69: Camisinhas

(Reparem no slogan: "um preservativo que utiliza a tecnologia a favor dos casais que querem ousar". Pois bem, ousaram mesmo...)

Aos que ainda prestigiam este blog, peço desculpas pela falta de publicações. Não sei se coincide com as festas de final de ano, Natal, quando o "saco está mais cheio", ou se escrever minhas pancadas perderam o encanto.

Mas eis que me inspiro para escrever sobre a tragicômica notícia acima sobre um recall de camisinhas. Como o próprio nome científico diz, o P-R-E-S-E-R-V-A-T-I-V-O tem a simples função de preservar a saúde de seus usuários, e garantir com 99,99% de eficiência que outro ser humano não venha ao mundo daqui a aproximadamente 9 meses.

Pois bem: eis que a Blowtex divulga o recall de 80.000 P-R-E-S-E-R-V-A-T-I-V-O-S com resistência afetada. Ou seja, 80.000 protetores que deveriam cumprir a função básica de zelar pela saúde dos praticantes de sexo, e que falharam. 

Agora pergunto: alguém em sã consciência, com vida sexual ativa, guarda as embalagens ou caixas de preservativos usados, para qualquer controle? Do tipo: Preserv Last Longer 20/11/2011, lote ZYB, usei 2 unidades naquela pós-balada com a Maria às 21:04. 

Por maior que seja o T.O.C. do indivíduo, acho que o único teste pós-uso de uma camisinha deve ser: cheio/vazio/fu...eu, estourou. Mas e no caso desses 80.000 agasalhos-de-croquete defeituosos, e se rolou algum microvazamento, ou qualquer tipo de dano? Trata-se de uma verdadeira "roleta russa" (ou no caso, uma roleteira russa).

Recall de Toddynho com soda cáustica, recall de fabricante de paraquedas, recall de anticoncepcional, recall de camisinha. Como todo bem de consumo industrializado de larga escala, estão sujeitos a defeitos, mas que esses não sejam de risco de morte, doença ou concepção humana indesejada.

5 de dez. de 2011

Imagem traumatizante # 6: Destruição de Obras de Arte

(Como diria o povão, nessa deu PT: "Perca Total")

Nada de incêndio no Louvre, enchente no MASP, terremoto na Grécia. A destruição de Obras de Arte a que me referi acima aconteceu no Japão, com uma colisão em massa de 14 superesportivos entre Ferraris, Lamborghini e Mercedes (fonte: UOL).

Já passei por diversos acidentes de trânsito, felizmente sem ferimentos, mas sempre com minhas humildes carroças Tupiniquins como Gol, Saveiro, Focus, Astra (ooops, será que barbeiragem vem da minha descendência Nipônica?!?).

Tá certo que nunca bati uma Ferrari ou um Porsche, pelo fato de nunca ter guiado esses carros. Mas imagino se a dor de um dono de um superesportivo que bate seu carro é igual, ou maior do que um acidentado de carro comum.

Pelas fotos, (http://noticias.uol.com.br/album/111205acidentejapao_album.jhtm#fotoNav=1), e pela minha experiência em batidas (de carros, não de coco, limão ou maracujá), os japas deviam estar em razoável velocidade num "siga o mestre", e provavelmente o "mestre" (melhor chamá-lo de guia da fila) vacilou e ocorreu uma colisão em série, sem tempo de frear. O estrago foi grande, mas já vi pancadas maiores.

A questão não é a intensidade do acidente, mas o estrago em si. Não vi as avarias em todos os 14 supercarros, mas provavelmente serão 14 supercarros a menos na face da Terra. E que não serão repostos por serem de linhas/modelos passados.

Assim como Historiadores lamentam o desmoronamento de igrejas barrocas em MG por exemplo, quem gosta de supercarros lamenta acidentes como esse. Provavelmente os donos dos carros batidos devem ter grana o suficiente para repor tais máquinas por modelos mais novos. Mas isso não repõe a perda dessas obras de arte.

Que descansem em paz!

3 de dez. de 2011

Erros toscos de Marketing # 3: lata de Coca-Cola branca

(Coca-Cola em lata branca?!?)

De tempos em tempos presenciamos alguns casos de Marketing bem sucedidos, e outros tão toscos que parecem armados. 

Algumas marcas estão tão presentes no consciente e subconsciente dos consumidores, que basta uma letra (M do McDonald's), um logo ("cachimbo" da Nike, ou a maçã da Apple) ou até mesmo uma cor (Vermelho Coca-Cola) para estimularem a venda de um produto.

Como diriam meus ex-colegas da Kibon, "os Fraldinhas do Marketing" (jovens das geração Y, bem intencionados, mas algumas vezes mal-orientados) aprontam algumas com suas ideias, que podem macular uma marca, impactar negativamente nas vendas ou até derrubar ações de suas firmas empregadoras.

Destaco neste texto o lançamento de uma lata branca para a Coca-Cola original nos EUA, mercado com os consumidores mais puristas e tradicionais no mundo. Entendo que a ideia foi destacar o movimento de proteção aos ursos polares, mas já dizia o livro de Marketing I: NUNCA mexa num ícone desta forma. 

Seria algo equivalente a pintar os carros de F-1 da Ferrari de verde, em prol de um movimento contra o desmatamento. Ou pintar o M do McDonald's de azul, em campanha de preservação dos mares. Só de imaginar dá uma dor de barriga...

No caso da Coca-Cola, se os Fraldinhas estudassem um pouquinho da história da Coca-Cola, conheceriam um fiasco dentro de casa quando em 1985 os Fraldinhas daquela época, com a inexplicável benção do Chairman da empresa, lançaram a "NEW Coke" (leia mais aqui: http://www.msnbc.msn.com/id/7209828/ns/us_news/t/it-seemed-good-idea-time/#.TtnoV2C9zrM). Como diriam os americanos: WHATTAFUCK?!?!?? Don't mess with my good'n'old Coke!

Sabemos que a Hellmann's de hoje não é a mesma de 20 anos atrás, ou que o Chicabon da infância era mais gostoso, ou ainda que a Bohemia quando fabricada em pequena escala era mais gostosa. As empresas adequam fórmulas de produtos com o passar dos anos, como forma de sustentabilidade de vendas e financeira (otimização de matéria-prima, produção, ganhos de escala, etc.). 

Inovar é preciso, vide caso bem sucedido da Coca Zero. Mas em time que ganha há mais de 100 anos, deixe a lata vermelha em paz!