A mídia, principalmente a Rede Record (emissora que transmitiu o Pan) ovacionou a performance do Brasil como se fosse um grande feito. Pode até ser interpretado como um excelente resultado, se a base de comparação é baixa, aquém do medíocre.
Explico minha crítica: com base no indicador "medalhas de Ouro", os EUA ganharam 92 medalhas em 24 modalidades diferentes, enquanto o Brasil concentrou em apenas 15 modalidades. A hegemonia Norte-Americana demonstra que eles não dependem somente dos esportes com maior tradição (no caso do Brasil do futebol, o time deveria levar Ouro, certo? Deu vexame.) e endossa o foco em multi-modalidades.
Mas já que a briga direta que noticiavam era com Cuba, vamos a um comparativo:
- População de Cuba: 11 milhões de pessoas
- População do Brasil: 191 milhões de pessoas
- Relação - habitantes por medalha de ouro: Cuba - 189,65 ; Brasil - 4.062.500 (absurdo). Esta conta mostra a qualidade dos atletas Cubanos, dentro de uma população pequena. Poucos e bons atletas.
- Investimentos no Esporte: Cuba comunista, dos irmãos Fidel, banca os atletas profissionais com salários modestos, a desculpa de que no Brasil faltam recursos e só há investimento para o futebol não cola
O Brasil depende dos poucos atletas de ponta (que lutam por medalhas de ouro em competições mundiais), como Cielo, as equipes de vôlei e o Diego Hypólito. Muitos atletas que ganharam medalhas de ouro no Pan não chegam nem entre os top 50 do mundo em suas Categorias.
Toda tradição deve começar desde cedo e com base na educação, vide exemplo dos EUA onde os atletas de alta-performance são cobiçados e bancados já nos colégios e Universidades, incentivo que ajuda o presente e o futuro dos atletas que em sua maioria se aposentam precocemente.
Se um dia o Brasil quer ser levado a sério nos esportes, tem que fazer por merecer. A começar por uma das áreas mais deficitárias há centenas de anos: a educação.