(Deve ser divertido cuspir no prato onde se come, ou morder a mão que o alimenta...)
Em meio às greves dos Correios e dos bancários, anotei na minha lista a greve como uma das fanfarrices a fazer antes de morrer. Classifico como fanfarrice, a começar por quem agita as greves: os Sindicatos.
Tive a oportunidade de visitar o Sindicato dos Administradores de SP para uma homologação trabalhista, e fiquei surpreso com a sede num grande casarão na Rua Estados Unidos, com mais BMWs e Mercedes que um estacionamento do Fasano. Pensei: será que os gestores dos Sindicatos eram todos altos executivos que dedicavam seus tempos "pro bono"? Não... Como muitos outros "grupos organizados" no Brasil, trata-se de uma máfia de usurpadores e causadores de tumulto.
Fazer greve é um negócio bacana, do ponto de vista de quem a faz. Junte-se aos outros colegas, deixe de trabalhar, comece a gerar prejuízos para seu empregador, que em determinado momento deve ceder aos pedidos. Entendo que fazer uma greve para ajustar os salários de acordo com a realidade de custo de vidas, ok. Mas e o caso dos bancários, que entraram em greve pelo oitavo ano consecutivo? (sim 8 anos). Tem alguma coisa errada por aqui.
Vamos ao conceito da greve, segundo a maravilhosa legislação da colônia-Brasil:
"Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei."
Será que depois de 8 (sim, oito) anos os grevistas ainda não conseguiram reajustar o que queriam, ou se aproveitam da prosperidade e lucros dos Bancos brasileiros, que nada têm a ver com o artigo de Lei acima? A Febraban oferece 8% de reajuste (mais alto que a inflação acumulada), além de reajustes em benefícios. Os grevistas pedem 12,8% mais outros aumentos, inclusive no PLR.
Não se pode confundir uma correção salarial de acordo com a inflação, com aumento de salário. Os sindicalistas aproveitam o bom momento do sistema bancário brasileiro, e pedem reajustes salariais, mais aumentos. Mas e se o cenário fosse o contrário, de recessão? Será que os sindicalistas abririam mão de seus carros importados, e pediriam redução de salário para ajudar seus empregadores? Ha, ha, ha! Que piada!
Ao meu ver, fazer greve nessas condições é jogar contra a empresa que paga teu sustento. Não está feliz em ser um caixa de Banco? Que tal estudar, prestar um Concurso Público e ser um vagabundo profissional que mama nas tetas do Estado? Ou que tal estudar um pouco mais, prestar Medicina e ser um bom médico?
Ah, me esqueci. Esse é o caminho mais difícil. Vamos para a greve, gerar prejuízos para meu empregador até que fique insustentável, e eu possa receber aumentos pela força, e não pelo mérito.
Viva o Brasil!
Viva o Brasil!